sábado, 24 de abril de 2010

O QUE É HEPATITE?

O FÍGADO E SUAS FUNÇÕES.


O fígado é o maior órgão do corpo humano, está localizado no lado superior direito do abdomen , protegido pelas costelas (gradio costal) . É responsável por aproximadamente 5000 (cinco mil) funções vitais , produz a grande maioria de substâncias essenciais para o resto do corpo e remove as substâncias prejudiciais ao organismo. É como um grande laboratório. O fígado produz a bile que é levada ao intestino delgado para se juntar ao processo de digestão. Também produz hormônios, proteínas e enzimas que mantêm o corpo funcionando normalmente. Tem participação na produção de substâncias que ajudam o sangue a coagular. Tem papel importante na decomposição do colesterol, manutenção do açúcar no sangue , e também decomposição de medicamentos.

Quando o fígado está doente pode-se Ter inúmeras conseqüências sérias. A doença viral é a mais comum que acomete o fígado. Quando um vírus danifica uma célula hepática (hepatócito) esta não mais funciona. Com a diminuição da população de células hígidas muitas funções do corpo podem ser afetadas.

O QUE É HEPATITE?

Hepatite significa inflamação do fígado. Existem várias razões para o fígado estar inflamado, e nem sempre a causa é viral. Certas drogas ou medicações tóxicas , doenças imunológicas podem causar hepatite. A causa mais comum de inflamação do fígado é a hepatite viral. Quando o processo inflamatório está presente por mais de seis meses é chamado de hepatite crônica.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas produzidos pela hepatite viral podem variar dependendo se a hepatite é crônica ou aguda. Muitos casos de hepatite pede serr tão leves e inespecíficos passando por uma simples infecção viral como uma gripe.
A hepatite aguda causa menos danos ao fígado que a hepatite crônica.
Hepatite Aguda Hepatite Crônica
Fadiga intensa Fadiga
Olhos amarelados Dor nas articulações
Pele amarelada Vermelhões na pele
Urina escura Perda da memória
Febre baixa
Desconforto gastrointestinal
Nota: vários pacientes com hepatite aguda ou crônica podem ser assintomáticos. Os sintomas não são parâmetro para saber a evolução da doença.
Atualmente existem sete tipos de vírus conhecidos .São chamados de A, B, C, D, E, F e G.

QUAL A IMPORTÂNCIA DE SABER QUAL O VÍRUS QUE OCASIONOU?

Há diferenças importantes entre os vírus. Por exemplo, a mais comum das hepatites virais é a causada pelo vírus A. O vírus produz uma inflamação aguda do fígado (hepatite) , nunca crônica, o paciente pode ficar doente por alguns dias ou semanas , mas uma vez que melhora, a infecção acaba e não há destruição progressiva do fígado. É raro acontecer uma infecção grave por hepatite A que possa acarretar a morte ou necessitar de um transplante de emergência.

Na hepatite B há uma melhora em 95% dos casos como na A. Em um número limitado de pacientes ela progride para a doença crônica. A exceção ocorre em crianças onde a grande maioria (90%) desenvolve hepatite crônica (quanto mais jovem maior a chance) . No Brasil com as campanhas de vacinação o índice de infecção em crianças caiu bastante porém os números ainda são grandes. Habitualmente se adquire hepatite na adolescência ou vida adulta.

A hepatite C ocorre geralmente na adolescência tardia e vida adulta. Diferente da hepatite B , a infecção consegue burlar o sistema imunológico ( de proteção do corpo contra bactérias e vírus) e sobrevive levando o processo a uma doença crônica . De fato, mais de 85% das pessoas infectadas pelo vírus C mantêm evidências laboratoriais e/ou clínicas de uma infecção presente.

O vírus da hepatite D tem um comportamento atípico. Ocorre somente em conjunto com a hepatite B e trabalha como um parasita . Pode transformar uma infecção de evolução atenuada pelo vírus B em uma doença de características agressivas e destrutivas sobre o fígado.

Os outros vírus E, F e G são mais raros .

COMO SE PEGA HEPATITE?

Existem importantes diferenças entre a maneira de se pegar cada tipo de hepatite. São estas diferenças que mostram como podemos previnir que a doença se espalhe.

A hepatite A é mais freqüente na infância. É transmitida de pessoa para pessoa. O vírus está nas fezes , portanto a higiene após o uso do banheiro é imprescindível. Também pode se transmitir através dos alimentos. Por estes motivos é fácil de entender como os berçários e creches são mais vulneráveis a este vírus.

A hepatite B pode se disseminar de várias maneiras, mas dificilmente será através de alimento contaminado. O foco primário de infecção é através de transfusão sangüínea ou contato com secreções do corpo. Quase todas as secreções humanas tem o vírus da hepatite. O uso de drogas injetáveis com a mesma seringa, tatuagens ou piercings sem material esterelizado também pode ser uma via de transmissão. Transmissão sexual também é possível . Mães infectadas com o vírus B transmitem para os seus bebes. Toda mulher grávida ou com desejo de engravidar deve fazer os testes para hepatite B.

A transmissão da hepatite C é semelhante a hepatite B . A tansmissão sexual é mais rara e a infecção de bebes pelas suas mães ocorre em uma porcentagem bem menor (5%).

O QUE PODE SER FEITO PARA PREVENIR A HEPATITE?

Na hepatite A , a regra é higiene . Boas condições sanitárias em restaurantes, berçários, creches e escolas devem ser obedecidas. Além disso a imunização pode ser feita. Uma vacina efetiva foi introduzida no mercado em 1995. É recomendada principalmente para pessoas que viajam para áreas endêmicas, onde a Hepatite A é um problema. Breve se tornará uma vacina rotineira para as crianças.

Se você entrou em contato com uma pessoa com hepatite A , a primeira coisa a fazer é não entrar em pânico. Este conselho é particularmente difícil de seguir, principalmente se o seu filho foi quem esteve exposto. A chance de contaminação de crianças na fase escolar apenas por estarem na mesma sala de aula é remota. Nestes casos se for feita a imunização imediata, os riscos de desenvolver a doença diminuem bastante. O que é importante saber é que assim que a pessoa desenvolve a doença com seus sintomas , o vírus desaparece das fezes, desta forma diminuindo o risco de contaminação. De qualquer forma o hábito de separar os talheres de pessoas infectadas deve ser preservado. A imunização só é necessária para as pessoas que moram junto com a pessoa doente. Colegas de trabalho ou escola estão dispensados da imunização.

A hepatite B é totalmente controlável. Através de cuidados no pré-natal , imunização de todas as crianças em idade escolar e de indivíduos com vida sexual ativa que tem múltiplos parceiros(as) ou com parceiro já contaminado pelo vírus.

No caso da Hepatite C as coisas são mais complicadas. Não existe vacinas e não há previsão de tempo até que se descubra uma. A contaminação ainda deve ser evitada através da prevenção: evitando uso de seringas em conjunto ou contaminadas, tatuagens e piercings em locais onde não há esterilização do equipamento. E finalmente uso de camisinhas para que têm vida sexual ativa com múltiplos parceiros.

COMO É TRATADA A HEPATITE?

O tratamento da hepatite viral depende da evolução clínica da doença de do tipo de vírus; depende também se é aguda ou crônica. Para infecção aguda da hepatite A, B ou C , são utilizadas medicações sintomáticas que possam trazer conforto para o paciente. A hepatite A na grande maioria dos casos vai melhorar. É preciso fazer seguimento nos casos de hepatite C e B, através de exames laboratoriais, pois os sintomas não servem como parâmetros para a doença.

Para hepatite B e C crônica não existe a cura. Porém com o uso de certas medicações anti-virais é possível freiar o processo de destruição do fígado.

O QUE PODE ACONTECER A LONGO PRAZO?

Um número considerável de pacientes com hepatite crônica tipo B ou C sem tratamento podem Ter uma vida normal sem complicações. Nos casos em que a doença está presente há mais de 20 anos , podem aparecer sinais de que o fígado está funcionando mal (cirrose) e em casos mais extremos é necessário o transplante hepático. Na cirrose o fígado fica com a sua estrutura irregular devido ao processo de cicatrização constante. Como conseqüência da cirrose o paciente apresenta varizes de esôfago, um aumento do baço e ascite (barriga d'água).

Tumores do fígado conhecidos como hepatomas podem aparecer em pacientes com hepatite crônica B ou C. Nos EUA 70% dos hepatomas aparecem em pessoas com hepatite crônica B ou C. No Brasil não existem números precisos a respeito.

Clínicos e especialistas da saúde pública internacional consideram a Hepatite C uma questão prioritária.

O vírus da hepatite C (HCV) foi isolado pela primeira vez em 1989. Até então, qualquer hepatite viral não identificada como causada por vírus A e B era denominada "hepatite Não-A, Não-B".

Só a partir de novembro de1993 passou-se a pesquisar no Brasil, a presença do vírus em doadores de sangue. Até então, muitas pessoas que haviam recebido transfusão de sangue, adquiriram o HCV e são hoje portadoras de hepatite crônica viral. Muitas delas não apresentam sintomas e só descobrem a infecção ao doar sangue.

Atualmente, com testes diagnósticos desenvolvidos e refinados, um número significativo de infectados vêm sendo identificados. Estima-se que 3% da população brasileira, aproximadamente cinco milhões de pessoas, sejam portadoras da hepatite C.

Quais os sintomas da hepatite C?

A infecção pela hepatite C progride lentamente e os sintomas freqüentemante não são reconhecidos. Pode começar semelhante a um quadro gripal leve. Raramente causa icterícia (amarelão).

É mínima a tendência para a cura espontânea da hepatite C e, embora a maioria dos pacientes apresente sintomas difíceis de reconhecer por vários anos, o risco de desenvolver cirrose e câncer hepático é significativo.

Na maioria das vezes, evolui para hepatite crônica ativa e pode estar associada a sintomas como fadiga, náuseas, dores articulares e musculares, pernas pesadas e cansadas e desconforto abdominal. Cerca de 20% - 40% apresentarão cirrose.

Quais são os grupos de risco para Hepatite C?

A hepatite C é altamente infecciosa, atingindo vários grupos de risco, muitos dos quais desconhecem terem sido expostos ao HCV.

É adquirida através do contato com sangue e outros fluídos corporais contaminados pelo vírus. O sangue contaminado é o meio transmissível mais comum, tanto por transfusões como pela administração de produtos sangüíneos como os utilizados na hemofilia e na diálise. Entre 60% e 90% dos hemofílicos estão infectados e mais de 80% dos usuários de dorgas intravenosas no mundo ocidental são HCV+.

São grupos de risco para hepatite C:

• Pacientes que tenham recebido transfusão de sangue ou derivados

• Pacientes submetidos a procedimentos invasivos (cirurgias)

• Usuários de drogas

• Homens entre 30-49 anos

• Filhos de portadoras do vírus C

• Parceiros sexuais de pacientes do grupo de risco

• Promíscuos

• Profissionais da área de saúde

• Pacientes que já tenham tido doença sexualmente transmissível

Apesar de já se conhecer os principais meios de transmissão, um grupo significativo de pessoas com HCV, em torno de 40%, desconhecem como a doença foi contraída.

Como saber se tenho o vírus da Hepatite C?

Caso você faça parte do grupo de risco para a infecção pelo vírus C ou tenha os sintomas da hepatite crônica, porcure seu médico ou um hepatologista que solicitará exames de sangue para detectar a presença do vírus.

Existe tratamento para Hepatite C?

Muitos estudos têm sido realizados em todo mundo com o objetivo de curar a hepatite C.

Atualmente o tratamento é realizado com dois medicamentos que são o interferon e a ribavirina, em associação. A cura só é obtida em aproximadamente 48% dos casos e a duração do tratamento varia de 6 meses a um ano, dependendo do genótipo do vírus.





Danise Petrônio Feijó
Academica de Fisioterapia

3º semestres
Faculdede Leão Sampaio

Nenhum comentário:

Postar um comentário